ARTE AMORAL, AMOR DE UM TRABALHO, DE UM OBJECTO, DE UMA IDEIA… Daisy Planet é uma carta de amor-ficção, a ideia que o amor é como um corpo presente, duplicado, íntimo e constantemente exposto. O amor como um organismo, uma máquina de desejos, um permanente estado de admiração. Uma evolução que trespassa a carne para alcançar um estado de informação pura. Nesta peça o artista visual Daniel Miracle, colaborador de Olga Mesa desde “estO NO eS MI CuerpO” (1996), criou o protótipo Neokinok.TV, para acrescentar uma nova dimensão ao espaço cénico. Um espaço problemático, onde os jogos de desdobramento entre a ficção e a realidade, o tempo registado do vídeo e o real da acção intervêm na memória do espectador. Olga Mesa criou “Daisy Planet” para o X Festival Alternativa, realizado em 1999, em Madrid, no contexto do programa “Cartas de Amor”. O tema sugerido – o Amor – ganhou forma numa dramaturgia que, pela primeira vez no trabalho de Olga Mesa, incorpora o texto com o trabalho coreográfico. Não se baseia numa sobreposição, mas na forma como o texto se pode adaptar a partir do corpo, agindo ele mesmo sobre o corpo. A ironia está na relação subentendida entre o corpo que se expõe ou não e o seu sentido. "Quero mais do que nunca ser um corpo, e acabar com a miséria do sentimento (…quero ser uma máquina, ser dor, sem pensar…). Espectador celeste, onde tens o teu estômago faminto? Gostaria que desejasses amar-me ou matar-me porque te quero diferente…" OLGA MESA
Dedicado a La Inesperada
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