UM DOS ASPECTOS RECORRENTES no trabalho de Rafael Alvarez é o uso e a exploração de elementos visuais e de uma dimensão objectual no discurso coreográfico, a par de um investimento marcante no desenvolvimento de um trabalho a solo. "sweetSKIN" é um novo solo criado e interpretado por Rafael Alvarez, cuja matéria incidirá num encontro improvável entre a personagem de um skinhead com as Cello Suites de Bach, procurando reflectir sobre os nossos 'modos de ver' e perspectivar a realidade. De que forma é que a percepção de qualquer imagem é afectada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. Nada é preto ou branco, da mesma forma que a 'distância' ou a 'proximidade' definem a perspectiva de como olhamos e analisamos um objecto ou uma acção. Um evento ou uma imagem, observadas de um ponto de vista particular, dão-nos uma impressão específica e localizada, observadas de um ponto de vista diferente, dão-nos uma outra perspectiva e um olhar completamente distintos. De que forma equívocos e preconceitos se corporalizam nas coisas que julgamos conhecer? Como se constroem novas narrativas para um corpo, um lugar ou uma imagem que já 're-conhecemos' subvertendo e desconstruindo estereótipos?
"Nem sempre aquilo que parece é" ou "não julgues um livro pela sua capa" são algumas das ideias chave que o coreógrafo desenvolverá nesta nova criação.
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