COLÓQUIO O CONTADOR DE HISTÓRIAS - Dos serões comunitários aos palcos de teatro 13 de Julho - Teatro Esther de Carvalho, Montemor-o-Velho 11:00 - Apresentação de "As Vozes do Craveiro" Visionamento do vídeo documental da residência artística de António Fontinha e José Craveiro em Montemor-o-Velho António Fontinha e José Barbieri – com a presença de José Craveiro Em 1997, na sua 19.ª edição, o CITEMOR programou "Noite dos Contadores". Pela primeira vez em Portugal realizava-se um serão partilhado entre cinco narradores internacionais, acompanhados de um músico. Este ano, o CITEMOR renova o seu contributo para a história da narração oral portuguesa, oferecendo um espaço de criação e reflexão, a partir de uma residência artística partilhada entre dois narradores de referência. 11:20 - Os movimentos de Narração Oral (lá fora e cá dentro) e o caso paradigmático de José Craveiro Luís Correia Carmelo Contextualizados em sociedades urbanas e alfabetizadas, grande parte dos “novos” contadores de histórias não têm quaisquer – ou poucas – referências das realidades tradicionais que inspiram os seus repertórios e práticas artísticas. E é neste sentido que José Craveiro, contador de histórias, natural de Tentúgal, é um caso particular. Nascido e criado num contexto cultural em que as práticas da oralidade serviam a transmissão de conhecimentos e experiências, organizando as relações interpessoais e o ritmo da vida, Craveiro é um mediador por excelência das vozes de ontem no mundo de hoje. 11:40 - Da tradição popular às artes performativas Conversa com Paulo Jorge Correia e Rui Pina Coelho As estreitas relações entre o contador de histórias dito tradicional, o narrador oral contemporâneo e o actor não têm limites. À parte os seus contextos sócio-culturais, os seus repertórios e as suas estratégias narrativas mais inclinadas para a diegesis ou para a mimesis, estas ideias de performer concretizam-se enfim num corpo capaz de tornar visível o invisível. Convidamos Paulo Jorge Correia e Rui Pina Coelho para conversar sobre o papel da enigmática figura do contador de histórias nestes diferentes contextos, procurando compreender de que modo a narração, seja na transmissão de patrimónios imateriais, seja na intervenção em contextos educativos e lúdicos, seja nas escritas e nas práticas teatrais contemporâneas, permite a expressão de uma singularidade no coletivo, de uma proximidade afectiva na distância estética. 12:30 - Fórum Espaço de debate aberto. NOTAS BIOGRÁFICAS António Fontinha é o pioneiro da narração oral em Portugal e vive de contar histórias desde 1995. Paralelamente à actividade de narrador, conduziu campanhas de recolha de contos tradicionais por todo o território nacional, algumas delas editadas, como os Contos Populares Portugueses e os Contos Tradicionais da Região do Entre Douro e Vouga. José Barbieri é fundador e director do projecto de divulgação da literatura tradicional e de outros fenómenos de património cultural imaterial MEMORIAMEDIA, uma parceria entre a Memória Imaterial CRL e o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Universidade Nova de Lisboa. É realizador de diversos documentários vídeo sobre a memória e a cultura popular. Luís Correia Carmelo conta histórias desde 2003, em bibliotecas, escolas, associações, teatros e festivais, em Portugal e no estrangeiro. Doutor em Artes, Cultura e Comunicação com a tese Narração Oral: uma arte performativa, colabora com o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Universidade Nova de Lisboa. Paulo Jorge Correia integra o Centro de Estudos Ataíde Oliveira da Universidade do Algarve, onde tem desenvolvido trabalho de investigação em literatura oral, nomeadamente contos e lendas, como bolseiro da FCT. É responsável pela constituição e manutenção do Arquivo do Conto Tradicional Português e co-autor do Catálogo dos Contos Tradicionais Portugueses. Rui Pina Coelho (Évora, 1975) é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigador no Centro de Estudos de Teatro da FLUL. Dirige a Sinais de Cena – Revista de estudos de teatro e artes performativas. Desde 2010, colabora regularmente com o TEP – Teatro Experimental do Porto, enquanto dramaturgo e dramaturgia. TEATRO ESTHER DE CARVALHO Rua Dr. José Galvão, 100 Montemor-o-Velho |