Citemor 2017

RESIDÊNCIAS DE CRIAÇÃO 2017

© DAVI PONTES

MIGUEL BONNEVILLE

A IMPORTÂNCIA DE SER PAUL B. PRECIADO - ARQUIPÉLAGO

6 a 13 Ago - Montemor-o-Velho

"A importância de ser Paul B Preciado" é o quarto espectáculo do projecto "A importância de ser" - espectáculos concebidos em série, que têm como ponto de partida a vida e a obra de artistas e pensadores cuja relevância seja vital no meu percurso artístico. Nesta série exploro a singularidade do impacto de diferentes artistas e pensadores no mundo, do seu/nosso desejo de expor as limitações e poderes subversivos das subculturas do corpo, e de pensar a identidade como um lugar de acção política. Não poderia deixar de persistir nas questões de género e de identidade que sempre foram temas centrais no meu trabalho e que, embora tratados de forma diferente, são essenciais também na obra de Preciado.

Em "Arquipélago" tomo como ponto de partida para este projecto a ideia de 'ensaio corporal' que surge nas obras de Preciado, dando continuidade à pesquisa iniciada nas minhas peças anteriores, na qual procurei que o corpo, a performance e a escrita se desenvolvessem nas suas ligações directas com a filosofia. A progressão destas ligações no meu trabalho foi surgindo tanto do encontro com o slogan feminista “o pessoal é político”, como do encontro com escritores e pensadores que praticam o exercício da filosofia na primeira pessoa. Parto então de uma leitura cruzada de diferentes pressupostos teóricos, de forma a repensar as diferentes formas históricas de opressão e dominação do corpo e os seus possíveis pontos de fuga.

MIGUEL BONNEVILLE

O espectáculo estará em cena na ZDB - Negócio, Lisboa, de 25 a 28 de Outubro no âmbito da programação do Festival Temps d'Images.



DAVID MARQUES + TIAGO CADETE

APAGÃO

Na passagem para o século XIX, um teatro escuro poderia ter sido chamado de "wagneriano", referenciando o compositor alemão Richard Wagner. Foi para criar uma maior atenção ao que se passava em cena perante os olhos do espectador que Wagner escureceu a plateia, através dos avanços eléctricos nas luzes para teatro, evitando assim que o libreto da ópera fosse lido e consultado durante a récita. Esta escuridão permitiu uma maior imersão do público no espectáculo e a exploração de efeitos ópticos e ilusões que deram origem ao teatro negro, que explorava o desaparecimento de corpos e objectos sobre um fundo negro que enganava o olhar. Antes disso, o teatro era um espaço para ver e ser visto, dois objetivos que muitas vezes estavam em conflito.

Em "Apagão" queremos não só retirar a luz da plateia - como fez Wagner - mas também a do palco que tradicionalmente se ilumina perante o espectador.

DAVID MARQUES e TIAGO CADETE


Apresentação pública 10 de Agosto às 21:30 no Teatro Esther de Carvalho. O acesso é livre.

Estreia em Lisboa de 7 a 9 de Novembro no Festival Temps d'Images.