Citemor 1997



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noite dos contadores

Portugal, Espanha, Cabo Verde e 

São Tomé e Príncipe

direção de antónio fontinha


Qui 7 e Sex 8 Ago | 22:30 | Quinta do Taipal

O modo singular como a organização e o público do Festival de Teatro de Montemor-o-Velho se tem mobilizado para espectáculos de dança e de música, fez-me sonhar com um espaço dedicado à oralidade. Lançei o repto e à semelhança dos antigos mecenas, o CITEMOR abriu também as portas do seu espaço cultural aos Contadores de Contos.

Entre o património da tradição oral antiga e as regras do contemporâneo mercado cultural, a Noite dos Contadores será animada por cinco contadores que a par de um solitário tocador de sanfona, buscarão partilhar com o público um pouco do mistérioso destino desta efémera forma de comunicação.

António Fontinha, Agosto de 1997


Garcia Castellano

Nasceu em Madrid — “Seguramente bajo los buenos augurios de algún duende urbano!” —, fez teatro na universiade, trabalhou dois anos em rádio, deu aulas de Expressão Dramática em escolas e ganhou alguns prémios literários.

“Empecé contando en alguna sala alternativa para adultos, y en la Feria del Libro de Madrid sección Infantil y Juvenil, para los más peques, hacia 1991.

Desde entonces, los cuentos me han ido robando mi tiempo, y ahora se lo dedico por completo”.


Ângelo Torres

Nasceu na Guiné Equatorial e depois de andar por Espanha, São Tomé e Príncipe e Cuba, aportou em Lisboa, formou-se como actor e por cá tem trabalhado em teatro, cinema e televisão.

Graças à profunda impressão deixada pelas artes de narradora da sua avó Antónia, tem desenvolvido em Portugal vários projectos como contador de contos populares e divulgado esta mesma actividade na rádio. Recentemente foi convidado a participar num festival de contadores em Espanha.


António Fontinha

Nasceu em Lisboa, passou a infância no interior de Angola e, de novo em Portugal, formou-se como actor.

Descobriu-se contador de histórias no convívio nocturno com os jovens em risco do Colégio da Belavista e, fascinado por este processo de narração bem como pelo imaginário popular, dedicou-se exclusivamente à actividade de contador de contos populares. Participou em encontros de contadores em Espanha e desenvolveu projectos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.


Horácio Santos  (Lalachu)

Nasceu em Cabo Verde onde em 1942 se iniciou no teatro. Em Moçambique não abandonou essa paixão e de regresso a Cabo Verde funda o “Teatro Experimental Rubon Manel” e, no sentido de divulgar a tradição oral, faz o progama de rádio “Kau-Berdi di nos pa nos tudu”.

Em Portugal fundou os grupos “Netas di Bibina Kabral” e “Teatro de Bairro 6 de Maio”, e desenvolveu vários projectos como contador de contos populares, actividade que recentemente levou até Cabo Verde.


Emilio Rodriguez López (Milio el del Nido)

Nascido en Oviedo y amante su juventud de la cultura tradicional, funda en el año 1974 el Grupo Folklórico “Los Urogallos”, posteriormente fusionado con el colectico “Riscar” de la universidad ovetense: Nasce la “Andecha Floklor d’Uvieu” que cuenta en la actualidad con importantíssimos archivos de romances, música, bailes, cuentos, etc. Desde hace diez años e serviendo-se de la cultura tradicional asturiana, colabora con Manolo de la Cabén en experiencias de narración oral.


José Fernando Meireles Pinto

Nasceu em Paço de Sousa, Penafiel, em 1959.

Iniciou os seus estudos musicais em 1983 no Conservatório de Música de Coimbra, onde frequentou as disciplinas de violino e educação musical.

Em 1984 começa a dedicar-se à investigação e construção de instrumentos musicais populares portugueses.

Tocou violino e cavaquinho no GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra). Tocou violino, cavaquinho e bandolim no grupo de música popular do Ateneu de Coimbra.

Participou, como músico, em gravações em discos de Fausto, Toque de Caixa, Diana Lucas e em espectáculos com o grupo Bailia das Frores (3º Festival Intercéltico do Porto).

Actualmente faz parte do grupo Ars Musicae (Grupo de Música Medieval e Renascentista), onde toca sanfona e raveca medieval e do GEFAC, onde toca sanfona e cavaquinho.

É o músico fundador do grupo Realejo. São de sua autoria as sanfonas, a concertina, a viola braguesa, os bandolins, as violas e os cavaquinhos tocados no grupo.

A construção da Sanfona Portuguesa e a sua reintegração na música tradicional e na nova música portuguesa, fazem parte de um projecto iniciado em 1984, altura em que começou a construir instrumentos musicais portugueses, com um crescente interesse pelos mesmos.

Anteriormente à construção da Sanfona fez um trabalho idêntico com a Viola Beiroa e a Viola Toeira, instrumentos de uma beleza rara, dos quais apenas resta a memória e alguns exemplares em museus portugueses.

Em 1995 foi-lhe atribuído pela Câmara Municipal de Coimbra uma Medalha de Mérito Cultural que lhe foi entregue durante as comemorações do 25 de Abril.



Projecto António Fontinha

Contadores Ana Garcia Castellano, Ângelo Torres, António Fontinha, Horácio Santos (Lalachu), Emilio Rodriguez López (Milio el del Nido) 

Sanfona Fernando Meireles

Desenho de luz Nuno Patinho

Produção CITEMOR