Citemor 1999

A produção do meu trabalho constroí-se a partir de uma observação, intervenção e apropriação de uma realidade que constantemente nos invade. Não posso olhar o mundo, sem criar laços familiares imediatos de desejo e pertença ao que vejo e sinto.
Interessa-me encontrar nos pensamentos do corpo, imagens expostas que, como interrogações, convidam o espectador a reconhecer-se no seu próprio reflexo.
A minha visão sobre a dança, cria-se a partir do diálogo entre a presença do corpo e a situação que este ocupa. Esta relação entre formas e situações está dirigida para um conceito de interpretação do corpo e das suas emoções contraditórias. 

'Daisy Planet' é uma carta de amor - ficção sobre a ideia do amor como corpo presente, desdobrado, íntimo e exposto constantemen-te. O amor como organismo/mecânica dos desejos, como um estado de admiração permanente.
Uma evolução mais além da carne vazia, um estado de pura informação.
Quero ser mais corpo que nunca e acabar com a miséria do sentimento
("quero ser uma máquina - sem dor nem pensamento ")
espectador celeste, onde tens o teu estômago faminto?
Gostava que desejasses amar-me ou matar-me porque quero-te diferente. 

Olga Mesa

"Daisy Planet - El Planeta de las Margaritas" é uma encomenda do X Festival Alternativo, Madrid 99 e teve estreia no Teatro Pradillo a 13 de Fevereiro, dia de S. Valentim. 

Coreografia e interpretação Olga Mesa  

Luzes, som e video Daniel Guerrero Miracle 

Técnicos 'protótipo NeoKinok' Jordi Cirera e Miguel Cots  

Textos manipulados Dorion Sagan (Biosferas) e F. Kafka (Cartas a Milena)  

Música F. Chopin, Juluki e DGM 

Figurino Bernardino Cervigón  

Participação video Lola Jiménez, Kontxi López e David Fernadez  

Produção X Festival Alternativo, Madrid 99