LAMENTO IMENSO - RETROSPETIVA

APRESENTAÇÃO INFORMAL

QUI 4 AGO 22:30

TEATRO ESTHER DE CARVALHO, MONTEMOR-O-VELHO

© SHIKA KHUNZ CORONA ["No Caminho", Helsínquia, Fevereiro 2017]

“Retrospetiva” é o projeto que irá assinalar, de forma mais crítica que celebratória, os 20 anos desde a estreia do conjunto de performances em espaços inusitados “Vou A Tua Casa” (2003) e os sub-projetos educacionais, curatoriais, académicos e gastronómicos que, em diálogo tensional e (in)disciplinado, se lhe seguiram: “Dogma 2005” (2005), “A Oportunidade do Espectador” (2006-10), “Espectáculo de Teatro” (2008), “Vou À Tua Mesa” (2010-15) e “Universidade” (2015-25). Com lançamento duplo em 2023 e 2024, irei publicar um díptico documental-experimental em torno desses trabalhos, compilando o conjunto transdisciplinar de objetos textuais, visuais e performativos que foi sendo produzido por mim e por vários colaboradores próximos (incluindo espetadores) ao longo das últimas duas décadas. Adicional e paralelamente, criarei uma nova performance para palco, na qual tenciono elaborar uma narrativa memorial em torno da acidentalidade do percurso pós-“Vou A Tua Casa” através do exercício (queer) da falha. Em contra-corrente ao discurso meramente celebratório, “Lamento Imenso” falará de tudo o que terá corrido mal, elaborando uma narrativa epistolar e retroativa onde as questões da intimidade, privacidade, representação, co-participação, memória, autoria, compromisso, quotidiano, domesticidade, relacionalidade, cuidado e empatia, objetualidade vs. residualidade, realidade vs. ficção, arte vs. vida, entre outras, obsessivamente trabalhadas pela trilogia “Vou A Tua Casa”, co-habitarão um novo enredo tensional, revelando as razões (mais ou menos) universais que explicam o hiato est/ético que muitas vezes afasta obras de artistas, artistas de públicos, públicos e artistas de instituições, e instituições de tudo o resto. Um espetáculo em forma de lamento, inspirado na experiência sensível e poética de dezenas de encontros pessoais e instransmissíveis com espetadores e outros agentes: fui a tua casa, vieste à minha, encontramo-nos no caminho; chegou a hora de nos reencontrarmos em território neutro para voltarmos a questionar o porquê de estarmos aqui e o que temos a dizer uns aos outros. Ainda nos lembramos? Esta performance retrospetiva (e o livro que a acompanha) tentarão responder à inevitável questão: pode o projeto “Vou A Tua Casa” (e, no limite, o seu criador) reconciliar-se com o espaço do palco que há duas décadas, tragicamente, recusou?

ROGÉRIO NUNO COSTA (Junho 2022)


Residência de pesquisa e primeira apresentação-em-progresso Citemor (Julho-Agosto 2022)

Pré-estreia New Theatre Helsinki, Svenska Teatern, Finlândia (Fevereiro 2023)

Estreia e lançamento do livro Citemor (Julho 2023)

 

Apoios Teatro Praga, Citemor, Galeria Municipal de Arte de Almada, Circular – Festival de Artes Performativas de Vila do Conde, Associação Bóia/Festival Paragem

Residências de criação O Espaço do Tempo, Companhia Inestética (Residências no Palácio)


50´

A classificar pela CEE

Aconselhado para M/16


www.rogerionunocosta.com