Citemor 2002
TERRY CALLIER
CONCERTO
Sab 17 Ago | 24:00 | Castelo
Terry Callier nasceu a 24 de Maio de 1945 em Chicago, Illinois, EUA Gravou o seu primeiro disco aos 18 anos para a Chess Records: single "Look At Me Now" e em 1965 o seu primeiro albúm para a Prestige, que só seria editado em 1968.
Músico detentor de uma técnica muito cuidada, é autor de poderosas canções em que obtém uma harmoniosa mistura de estilos Soul, Folk e Jazz. Quem passou pelos clubes Folk de Old Town na década de 60/70 recordará certamente Terry Callier. Durante esta época foi uma atracção popular local, nunca tendo, contudo, alcançado o reconhecimento que merecia.
Com uma filha de 12 anos ao seu cuidado e escassos rendimentos, Callier retirou-se da música em 1983 para se tornar programador de computadores no Centro de Pesquisas de Ciências Sociais na Universidade de Chicago.
No início dos anos 90 Gilles Peterson e Russ Dewbury divulgam a música de Callier despertando um interesse crescente em torno da sua obra - especialmente entre os músicos de acid-jazz - sendo esta re-avaliada e elevada a um estatuto de culto. Em 1998 gravou o albúm "Time Peace" para a Talkin'Loud, que lhe relança definitivamente a carreira, conquistando a critica e o apoio de personalidades como Beth Orton e Paul Weller.
Callier continua impossível de catalogar. O seu trabalho é uma exótica mistura de instrumentações Folk, Jazz, R&B, Gospel, Bebop, Reaggae, conjugados com sonoridades modernas. Uma música evocativa e expressiva, com líricas penetrantes num estilo Soul e gracioso, as novas canções continuam a reflectir as suas preocupações com as relações humanas e os problemas sociais. Nenhum artista conseguiu fundir estes elementos de forma tão persuasiva como Callier. Personalidade lendária, com uma serenidade quase hipnótica, continua a impressionar com o seu poder comunicativo e o fervor emocional do seu trabalho.
A intemporalidade atravessa toda a sua obra e a sua capacidade de atracção é hoje mais evidente que nunca. É junto de músicos e produtores de uma nova geração, que definitivamente Callier se sente bem, confessando mesmo a sua admiração por cantores contemporâneos como Maxwell e Erykah Badu. Beth Orton, Victor Davies, Zero 7, 4 Hero, Earl Zinger, Urban Species, Grand Tourisme revelam encontrar em Terry Callier uma fonte vital de inspiração. Recentemente também o DJ Shadow mostrou interesse num trabalho conjunto. A sua influência é ainda verificável num vasto leque de escritores de canções como Dianne Reeves e Ben Harper. Admiradores de diferentes gerações e culturas, nos diversos cantos do mundo, assim como os fans mais devotos da sua obra inicial, continuam a abraçar a sua música e a sua mensagem.
Já no ano 2002, vocalizou uma música dos suecos Koop e gravou um novo albúm já disponível em Portugal: "Speak Your Piece" foi co-produzido por Marc Mac dos 4 Hero e Jean-Paul Maunick dos Incógnito e editado pela Mr. Bongo.
DISCOS
The New Folk Sound Of Terry Callier (Prestige 1968)
Occasional Rain (Cadet 1972)
What Colour Is Love? (Cadet 1973)
I Just Can't Help Myself (Cadet 1975)
Fire On Ice (Elektra 1977)
Turn You To Love (Elektra 1978)
I Don't Want To See Myself (Without You) mini-album (Acid Jazz 1991)
TC. In D.C. (Premonition 1997)
First Light (Premonition 1998)
Time Peace (Talkin' Loud 1998)
Lifetime (Talkin' Loud 1999)
Alive (@ The Jazz Cafe in London) (Talkin' Loud 2001)
Speak Your Piece (Mr Bongo Records 2002)
"Mesmo quando estava a trabalhar como programador de computadores, foi uma coisa que eu sempre quis: estar satisfeito com o que estava a fazer. Mas quando tive a possibilidade de fazer música outra vez senti-me muito agradecido porque isso é provavelmente o que eu sei fazer melhor. Sinto que as coisas certas chegam às pessoas certas no momento certo. Provavelmente teria desperdiçado esta oportunidade se a atenção e o sucesso tivessem vindo mais cedo.
Tive a hipótese de desenvolver outros lados da minha personalidade, de descobrir que há outras coisa que sou capaz de fazer para além da música e tive a possibilidade de ver a minha filha crescer. Tudo isto me proporcionou uma base emocional para a minha música."
Terry Callier