Citemor 2012

© RITA COUTO

TEATRO O BANDO

DE COSTAS

26 Jul - 11 Ago | 00:00 - 24:00 | Praça da República

INSTALAÇÃO - ESTREIA NACIONAL

O QUE ESTÁ DO OUTRO LADO DO MURO? E do outro lado de nós mesmos? Virados para o muro, de costas para o mundo, frente a quê e a quem? Nesta instalação, uma plateia de quarenta cadeiras transporta a memória do uso intensivo durante cinquenta anos. Orientadas num eixo Norte-Sul, esperam pelo seu público, viradas de frente para um muro de tijolos cerâmicos maciços. Do outro lado do muro, uma fila de dez cadeiras repete a mesma situação. Se quer ficar à sombra, escolha a sua hora e conheça as suas costas. Fotografe-se, as imagens farão parte de uma colecção que posteriormente será exibida. Conheça o outro lado de quem se senta, de quem contempla, de quem lê estas palavras. Tire uma fotografia de costas e envie para geral@obando.pt.

Do outro lado está o desconhecido. Se fôssemos capazes de ver de inúmeras perspectivas, seríamos certamente mais firmes e simultaneamente mais tolerantes com as questões que não fossem essenciais. Uma tolerância estética e política que permitisse uma mais irredutível e sustentada determinação quanto às opções a tomar. A cenografia contextualiza assim o espaço enquanto representação artística e amplia a zona de fronteira entre actor e espectador, não deixando de assumir a dimensão artificial, metafórica e simbólica da criação. Questionando o lugar de quem vê e de quem é visto; procurando uma representação material do tempo; apelando às sensações concretas enquanto base para a criação e sustentação da ficção, procura-se indagar os signos e códigos teatrais de modo a expandi-los, dilatá-los, torná-los matéria de um jogo que os interroga precisamente por se alimentar deles.

Parte da representação portuguesa "Do Outro Lado", a qual teve lugar na Quadrienal de Praga 2011 – espaço e design da performance – esta instalação de rua, "De Costas", é uma de três intervenções que tiveram lugar nessa cidade em Junho do ano passado. A representação portuguesa propôs-se ser tentacular, compósita e interdisciplinar, alicerçada na obra desenvolvida por João Brites, dramaturgista, cenógrafo e encenador, em conjunto com Rui Francisco, cenógrafo e arquitecto, no Teatro O Bando. São visíveis nas suas criações, relações electivas com a estética modernista, quer ao nível do construtivismo arquitectónico, quer no pendor abstraccionista, quer ainda no jogo lúdico-paródico que combina, de forma provocatória, a crítica e o sonho, a desconstrução e os sinais de uma ambicionada utopia social.

www.obando.pt


Projecto João Brites e Rui Francisco

Colaboração Miguel Jesus

Coordenação de montagem Zeca Galamba

Criação Teatro O Bando

Parceria Citemor

Organização e produção na Quadrienal de Praga 2011 Direcção-Geral das Artes / Ministério da Cultura de Portugal


> Acesso Livre