Mécanosphère é uma fúria pós-digital inclassificável, com nervo no cruzamento entre maquinarias sónicas, percussão, contrabaixo eléctrico e voz, por vezes descrita como um cruzamento transgénico entre escombros de Hip Hop industrial, Noise, Free Jazz, Chaos Rock, musica concreta e poesia sonora.
Na perspectiva clássica, a tecnologia é o prolongamento do corpo. É sofisticação funcional do organismo. Inversamente, no seguimento da versão barroca e apocalíptica dos romances de JG Ballard, a técnica é desconstrução mortal do corpo - já não "media" funcional mas extensão de morte -, desmembramento e desfiguração, não na ilusão pejorativa de uma unidade perdida do sujeito, mas na visão de um corpo entregue às feridas simbólicas, um corpo confundido com a técnica na sua dimensão de violação e de violência, na cirurgia selvagem e contínua que exerce: incisões, excisões, escarificações, buracos... A nossa música tenta capturar as figuras incessantes da circulação do acidente (figura elementar, irreversível, banalidade da anomalia e da morte) e a fantasmagoria das tecnologias sinistras que erram pela paisagem.
Adolfo Luxúria Canibal
Voz Adolfo Luxúria Canibal
Drumzz / loop recorder / instrument circuit Benjamin Brejon
Electronics HYy (Jonathan Saldanha)
Electric ContraBass Henrique Fernandes
> Bilhete: 10€ Bilhete com desconto: 7€
(desconto aplicável a menores de 25 anos, estudantes e profissionais das artes do espectáculo)