Citemor 2000



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teatro da Garagem

ernesto




Sex 4 e Sab 5 Ago | 22:30 | Quinta do Taipal

residência de criação, estreia

“Esta peça é o esboço de uma épica sobre o Portugal recente que tem em Ernesto um dos seus Heróis. É constituída por três partes distintas: um diálogo introdutório que se baseia na dramatização do Documento dos Nove, redigido a 8 de Agosto de 1975 por um grupo de oficiais do Movimento das Forças Armadas, tendo sido o mentor e autor principal da iniciativa Ernesto Melo Antunes; um conjunto de depoimentos fictícios que têm por pano de fundo o 25 de Abril de 1974; um desenlace final, que designámos, ironicamente, por Naufrágio do Titanic II. O objectivo não é tanto o passado, mas o presente e o alcance, consequências e perspectivas que, 26 anos passados, a longa noite de Abril e os dias que se lhe sucederam têm nas nossas vidas. Cada depoimento deverá ser intercalado por pequenos intermezzos que têm por finalidade contextualizar o depoimento seguinte. Esta contextualização passa pela elaboração de atmosferas cénicas em que imagens de crianças a brincar, nas situações mais diversas, deverão constituir a matéria prima inicial. Propõe-se a  escolha de um jogo diferente para cada intermezzo.


A figura de Ernesto Melo Antunes serve de mote a esta peça. Não se procuram fazer alusões biográficas, mas tão somente constituir um pano de fundo dramático em que Ernesto surge como a palavra chave que abre as portas à compreensão das cenas. Ernesto não é pois o homem, a figura de Estado, Ernesto é sobretudo nome, valor e metáfora - o símbolo de uma firme, abnegada e lúcida procura de sentido para a existência. 


Porquê Montemor-o-Velho e o seu festival de teatro, o Citemor

Pelo ideário experimentalista do festival de observação atenta das vanguardas possíveis no nosso tempo; pela relação privilegiada cimentada ao longo de vários anos entre o Teatro da Garagem, a vila e a organização do festival; porque não concebemos a vanguarda se ela não tiver o pressuposto da transformação do mundo; porque esta transformação pressupõe a existência de um lugar físico que é também um lugar espiritual; porque, enfim, nos encontraremos todos um dia num Montemor de quimera, na realização de todas as utopias; porque tudo isto é desejável; porque tudo isto pode ser possível; porque homens como Ernesto Melo Antunes existiram e foram decisivos para o Portugal de hoje; por outras razões que não encontramos. Por tudo isto, este espectáculo no Citemor 2000.”

Carlos Jorge Pessoa


Texto e encenação Carlos J. Pessoa

Cenografia José Espada

Música Daniel Cervantes

Figurinos Maria João Vicente

Desenho de luz João de Almeida

Interpretação Anabela Almeida, Jorge Andrade, José Peixoto, José Topa, Maria João Vicente, Miguel Mendes, Nuno Cardoso, Nuno Nabais, Pedro Lacerda, Sara Belo, Sílvia Filipe e Cláudia Gaiolas

Produção executiva Inês Correia, Maria João Vicente

Design Gráfico Paula Cardoso

Técnicos Daniel Varela, Miguel Mendes, Pedro Belchior