Citemor 2010

  © FER

FERNANDO RENJIFO

EL LUGAR Y LA PALABRA. CONVERSACIÓn. BEIRUTseguido de

impronptus e de

tiempos como espacios 


Sex 6 e Sab 7 Ago | 22:30 | Sala B

“El exilio y el reino" é uma série de trabalhos iniciada por Fernando Renjifo em 2008 que agrupa peças de diferentes formatos e temática.

A primeira obra, "El lugar y la palabra. Conversación interferida. Beirut", é construída a partir conversas que tiveram lugar na cidade de Beirut com intelectuais, artistas e transeuntes. A obra «IMPROMPTUS» é uma performance que consiste numa improvisação de movimento a partir de um universo poético inspirado na pintura de Juan Miró e do poeta José Ángel Valente. «TIEMPOS COMO ESPACIOS» é uma obra criada a partir de cadernos de viagens sucessivas à África sub-sariana e em colaboração com dois actores nigerianos.

Se em "El lugar y la palabra" predomina a palavra e em "Impromptus" o corpo, a terceira obra da série supõe, de algum modo, uma re-aproximação à teatralidade.

“Estas obras são aproximações, interrogações, olhares. Há nelas uma vibração entre a contemplação e a acção, onde o poético surge como umbral de um exílio interior. A construção destas obras decorreu paralelamente a experiências vitais relacionadas com aproximações a outras culturas e contextos e a universos poéticos de outros artistas (poetas, pintores, escultores). Há aqui também um questionamento implícito (ou uma afirmação) da arte e da cena como lugar.

Fernando Renjifo


“El lugar y la palabra. Conversación interferida. Beirut"

“El lugar y la palabra. Conversación interferida. Beirut" é uma obra criada a partir de conversas mantidas em Beirut com intelectuais, artistas e cidadãos anónimos em Janeiro de 2008, assim como da leitura de alguns poetas árabes contemporáneos relacionados com a região, como o sirio-libanés Adonis e o palestiniano Mahmud Darwix.

Na obra escutam-se fragmentos destas conversas assim como algumas passagens poéticas destes autores. Os discursos fragmentam-se, entrecruzam-se e descontextualizam, forçando o diálogo entre a palavra espontánea e a palavra pensada, entre a palavra da rua e a palavra poética para criar um discurso simultaneamente concreto e abstracto, histórico e íntimo, que parte de uma realidade determinada e busca a sua própria trascendência. Trata-se de uma conversa interferida, ou melhor, de uma série de conversas interferidas, pela fragmentação e sobreposição dos discursos, pela multiplicidade de línguas, pela divergência de posições, pela erupção do poético e pelos distintos valores de verdade da palavra.

Beirut aparece aquí simultaneamente como um lugar muito concreto e muito abstracto. A proximidade real é dilatada com a violência, a morte, a dor, la perda e a destruição coloca os seus habitantes num lugar extremo. A história e a situação actual fazem de Beirut um lugar — mais do que qualquer outro — pensado, falado, escrito pelos seus próprios habitantes.


Uma criação de Fernando Renjifo

Com Ziad Chakaroun e Alberto Núñez

Registos sonoros de conversas em Beirut com Abbas Beydoun, Ziad Chakaroun, Chafa Ghaddar, Christian Ghazi, Ibrahim, Raif Karam, Siham Nasser y Walid Sadek

Textos projectados Antonio Gamoneda “Descripción de la mentira”

Tradução para português Maria José Victorino

Citações literárias: Adonis “Prólogo a la historia de los Reyes de Taifas y Éste es mi nombre”, Mahmud Darwix “Estado de sitio y El fénix mortal” e Ibn Hazm de Córdoba “El collar de la paloma”

Tradução para português Maria José Vitorino

Colaboração técnica Pablo Pavillard

Produção La República

Apoio Instituto Cervantes em Beirut e Casa Árabe

Agradecimentos Antonio Gamoneda, Federico Arbós (versão em espanhol dos poemas de Adonis), Luz Gómez (versão espanhola dos poemas de Darwix), Laura Gutiérrez, Umam Documentation & Research (Beirut), Aula de Teatro – Centro de las Artes de la Universidad de Alcalá de Henares (Madrid) y Espacio Off Limits (Madrid).

Audio árabe, inglés e francés com legendas em português

Leituras árabe e espanhol


“Impromptus"

e designa normalmente composições

“Impromptus" é uma obra que consiste em variações baseadas na escrita automática do corpo e da pintura. Tem uma estrutura aberta donde no se intenta la repetición. Vai-se reformulando com o pasar do  tempo, em adequação também aos espaços e contextos. Está originalmente inspirada na poética da pintura de Joan Miró e na obra poética e ensaística de José Ángel Valente.

São intervenientes, para além de outros possiveis artistas convidados, o bailarino e acrobata brasileiro Renato Linhares e a artista plástica Marta Azparren.

Esta obra é um dos resultados do processo de investigação "Paisajes invisibles", que se vem a desenvolver há dois anos e em participaram vários artistas espanhóis y brasileiros. Outros resultados de este proceso de investigação foram apresentados em Bilbau e Madrid.


Conceito e criação Fernando Renjifo

Performers Renato Linhares (movimento) e Marta Azparren (pintura)

Produção La República, 2010

Co-produção Citemor

Projecto em residência de criação La Fundición (Bilbao, 2009); Citemor (Montemor-o-Velho, Portugal, 2009); La Casa Encendida – Aula de Teatro de la Universidad de Alcalá de Henares (Madrid, 2008)

Apoio Baixo Santo do Alto Glória (Río de Janeiro)

Realizado con el apoyo de las ayudas a la Creación Contemporánea Matadero Madrid 2009 del Ayuntamiento de Madrid

Participaram na investigação para este projecto Denise Stutz, Guilherme Stutz, Alberto Núñez, Ziad Chakaroun e Mónica Valenciano.

Agradecimento Mónica Valenciano


«TIEMPOS COMO ESPACIOS»

«TIEMPOS COMO ESPACIOS» foi criada em Niamey (Niger) em colaboração com dois actores nigerinos. O texto em espanhol, escrito durante uma estadia nessa cidade, recorre a notas e reflexões de vários cadernos de viagens sucessivas à África subsariana.

Este texto entrelaça-se com fragmentos de conversas do quotidiano em djerma e peul, duas das línguas locais. Estas conversas são na sua maior parte improvisadas. O trabalho corporal dos actores foi inspirado no universo escultórico de Juan Muñoz.

«TIEMPOS COMO ESPACIOS» percorre o território das contradições que se geram em qualquer aproximação à diferença. Fala de olhar o outro até ele nos devolver a nossa imagem, do jogo de realidades e desejos que interpõem entre estes olhares, dos tempos e espaços de onde observamos e somos observados.

Formalmente, regista-se uma reaproximação à teatralidade, ainda que a proposta se situe num território escorregadio, onde se confunde deliberamente o poético, com o documental e a ficção.


Criação, texto e espaço cénico Fernando Renjifo

Co-creadores e intérpretes Aboubacari Oumarou (Beto), Pituá Alheri e Alberto Núñez

Referências literárias T.S. Eliot, J. Baudrillard, E. Levinas, P. Handke, Günther Anders y Juan Muñoz

Tradução para português Maria José Vitorino

Produção La República, 2010

Apoio Casa África

Colaboração AECID - Embaixada de Espanha na Nígéria; Teatro de los Manantiales (Valência) e Arène Théâtre (Niamey)

Agradecimento Alfred Dogbé e Rodrigo Fernández Sueza

Idiomas espanhol, djerma e peul


Fernando Renjifo (Madrid, 1972), de origen hispano peruano, se dedica desde la década de 1990 a la creación escénica como autor, director e iluminador de sus propias obras. Licenciado en Filosofía por la Universidad Autónoma de Madrid, fundó la Compañía La República, con la que trabajó habitualmente en Madrid durante más de 10 años y con la que creó obras como "Fausto" (1997), "Réquiem" (2000), "Werther (sombra)" (2002) y "Homo politicus" (2003). A partir de esta obra, en 2004, con el Proyecto "Homo politicus", decidió dejar la estrutura de la compañía y empezó a trabajar con otros equipos y en otros países, en proyectos en México, Brasil o Líbano, continuando la colaboración con Alberto Núñez, que se había dado ya en La República. En 2008, con la obra "El lugar y la palabra. Conversación interferida. Beirut" inicia la serie de trabajos titulada "El exilio y el reino". En los últimos años ha publicado un libro de poesía (Hélice, La Luz Roja, Madrid, 2005) y ha realizado también creaciones videográficas. Ha sido artista residente en centros de creación de España, Francia, Portugal, Italia y México. Sus obras se han presentado en España, Francia, Portugal, Grecia, Egipto, Líbano, México, Brasil y Cuba, en espacios como Casa de América, La Casa Encendida, Matadero Madrid, Teatro Pradillo de Madrid, La Laboral de Gijón, el Centro de las Artes de Sevilla, La Fundición de Bilbao, el Teatro de los Manantiales de Valencia, el Centro Cultural Helénico de la Ciudad de México, el Centro Cultural Oi Futuro de Río de Janeiro, el Instituto Superior de Arte de La Habana, The Hangar en Beirut, el Puppet's Theatre de El Cairo, el Espacio Kratiras de Atenas o el Vingtième Théâtre de París. Algunas obras han sido presentadas en galerías de arte como La Refaccionaria en México D.F. o el Espacio Off Limits de Madrid. Las tres obras del proyecto "Homo politicus" están recogidas en el volumen "Éticas del cuerpo" (edición y estudio de Óscar Cornago, Ed. Fundamentos, Madrid, 2008). También se publicó "Homo politicus", v. México D.F. 2005 en la Colección Escenaria, Drama Ediciones, México, 2005.