Citemor 2005

“Que me abreve de besos tu boca” é um novo encontro com a morte. Se“120 pensamientos por minuto” era uma reflexão sobre a morte violenta e “2004 (três paisagens, três retratos e uma natureza morta)” sobre a memória que gera ou atraiçoa a morte, agora, este novo projecto, é um confronto cara a cara entre o amor e a morte, a descomposição e a sexualidade.

“Que me abreve de besos tu boca” é uma reflexão sobre o amor e a morte, sobre aquilo que neste binómio é indecifrável e que deixa para a poesia a única possibilidade de dar explicações.

Amor espiritual, sem que desfaleça em nenhum momento (igual ao de “El cantar de los cantares”) nas suas palavras e imagens a carnalidade do corpo; a dor da sua impossibilidade, o da sua imperfeição; e a defesa da sua pureza (pureza também carnal e física) perante a mercantilização das relações e o pragmatismo da sociedade.

“Que me abreve de besos tu boca” também é uma meditação sobre o corpo, sem apelar ao aspecto exterior da pessoa, se não como um todo, o exterior e o interior, a pele e a víscera, o belo e o seu horror, a sua matéria e sua espiritualidade, o aceitável e o proibido. Relacionar as relações do corpo do amado de “El cantar” com “a lição de anatomia do doutor Joan Deyman” de Rembrandt, com o ”São João Baptista” de Caravaggio na Galeria Nacional de Arte Antiga de Roma, com as peças em cera de anatomia de Gaetano Giulio Zumbo em La Specola de Florença e com o princípio de “Le mépris” (O desprezo) de Jean-Luc Godard, onde Camille (Brigitte Bardot) pergunta a Paul (Michel Piccoli) a sua opinião sobre cada parte do seu corpo.

Uma obra de Lucas Cranach

Com Getsemaní de San Marcos, Paz Rojo, Estela Lloves Gomez e Carlos Marquerie

Co-produção: Companhia Lucas Cranach, Citemor, Festival de Montemor-o-Velho (Portugal), Sala Nasa (Santiago de Compostela)

Espectáculo subvencionado pela Comunidade Autónoma de Madrid

> Bilhete: 10€ Bilhete com desconto: 7€

(desconto aplicável a menores de 25 anos, estudantes e profissionais das artes do espectáculo)