Citemor 2017

© Ricardo Graça

FIRST BREATH AFTER COMA

SAB 9 DEZ 21:30 - Garagem Auto Peninsular, Figueira da Foz

O cruzamento da influência post-rock com o formato canção que fez do disco de estreia dos First Breah After Coma uma surpresa auspiciosa era apenas o início de uma viagem na qual o segundo capítulo – “Drifter” – lhes valeu uma nomeação da Associação Europeia de Editoras Independentes para melhor disco europeu lançado em 2016, numa lista de 25, ao lado de nomes como Agnes Obel, Radiohead ou Royal Blood.

O disco, que contou com a colaboração de convidados como Noiserv e André Barros, levou-os a novas digressões com salas cheias em Leiria, Porto, Coimbra e Lisboa, e presença em festivais como Paredes de Coura e Reeperbahn em 2016 e Eurosonic ou Primavera Sound em 2017.

Para “Drifter” fecharam-se meses a fio a trabalhar de manhã à noite em experiências. Gravaram sons de quase tudo o que os rodeava, perderam-se nas discografias da evolução do rock e da música electrónica e o resultado carrega o dna dos First Breath After Coma mas aponta ainda mais caminhos para o presente e para o futuro desta jovem formação leiriense. "Salty Eyes" foi o primeiro single, com vídeo de Vasco Mendes, ao qual se sucedeu "Umbrae".

O disco foi produzido pela própria banda com Filipe Rocha (Sean Riley & The Slowriders / The Allstar Project), foi gravado nos estúdios Valentim de Carvalho com Nelson Carvalho e misturado e masterizado por Paulo Mouta Pereira com a própria banda.

Quem nunca pensou em largar amarras e vaguear meio mundo sem destino? E quem nunca se serviu da música para viajar a lugares longínquos? Drifter, segundo álbum dos First Breath After Coma, tem esse condão de nos guiar por terras inóspitas. E se, num profundo fôlego, fecharmos os olhos e nos deixarmos levar, conseguimos mesmo imaginar a aridez e beleza impiedosa da distante Tierra del Fuego, com todos os seus mitos e sonhos despedaçados de antigos navegadores.

“Drifter” é algo ou alguém que vagueia pelo mundo em busca de qualquer coisa que não encontra raízes e não há nada de mais errante que a própria natureza, e este álbum está impregnado dela. Se assim como um dente de leão, que se perde no vento, também nós atravessássemos os sete mares até chegar ao fim do mundo, dificilmente encontraríamos melhor banda sonora como companhia.

Vera Brito, Arte-Factos

E chegamos ao momento da perfeição. Da Vinci, se músico fosse, não faria melhor. “Nagmani” acompanhada pelo piano de André Barros é a personificação do mito, são os doze trabalhos de Hércules musicados, uma epopeia heróica percorrida em quatro minutos e cinquenta e cinco segundos de exaltação que nos atravessam e nos ficam a martelar na parte mais profunda do ser. Piano, metais, bateria sobre um tempero generoso de electrónica e guitarras apontam o caminho do topo da montanha, uma montanha onde podemos chorar, rir, odiar ou simplesmente amar, porque esta “Nagmani” é absoluta, absolutamente vida.

Fernando Gonçalves, Bodyspace

A principal característica do novo trabalho é a sua harmonia, pontuada pela voz suave de Roberto Caetano, gerando universos musicais diversificados onde coexistem a simplicidade e a procura de novas formas sonoras. O single Salty Eyes sintetiza o espírito do disco, alternando o travo atmosférico inicial com uma conclusão pesada e a introspectiva Gold Morning Days realça a componente melódica do conjunto. A imponente Umbrae (com a participação de Noiserv) completa o lote dos melhores momentos do álbum. Globalmente, Drifter representa uma variedade de sentimentos que os First Breath After Coma souberam apresentar eficazmente.

Pedro Salgado, Sábado

Voz Roberto Caetano

Guitarra e voz Telmo Soares

Baixo e voz Rui Gaspar

Bateria e voz Pedro Marques

Teclas João Marquesa


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