Citemor 1999

CICLO

SEM DEUS NEM CHEFE
Artistas Unidos
Seminário

Porque os actores não são apenas intérpretes, caras de um catálogo à mercê dos encenadores. Ao acreditarmos que são artistas, exigimos dos actores uma responsabilidade cívica. Os actores são pessoas, que têm coisas para dizer às outras pessoas que, por acaso e vontade nesse dia, forem espectadores. Os actores são pessoas que treinam a produção dos espectáculos, que escolhem os textos que desejam fazer, que escolhem. Sem ninguém a dizer-lhes o caminho do bem. Na escuridão da sua liberdade. 

Jorge Silva Melo

Este espectáculo é uma (a)mostra, uma selecção de textos que percorre diferentes universos (político, doméstico, social e pessoal) num mosaico de ideias e reflexões que afasta qualquer princípio de continuidade, mas que convida, como numa exposição, a visitar este ou aquele assunto, voltar atrás, saltar dois e dedicar mais tempo a um pormenor. Arbitrariamente.
Um espectáculo de música também, pois é ela que conduz, constantemente, este passeio através de fragmentos, de partes e que, ligando, cria um todo: 60 minutos.
Um actor, DJ, locutor, entertainer, opera a régie como maestro ou cicerone e emite palavras, sons, imagens soltas (à solta) para o que der e vier, para quem as apanhar. Um homem dá-se em espectáculo sem nunca lá estar, naquilo que transmite. Ele será invisível.
Discurso irónico mas certeiro, crítico e jocoso, por vezes poético, até, mais sonhador, de resto desencantado, filo-sófico, pensa-mento veloz, mais rápido do que as palavras, raciocínio den-so, alucinante. Desafio. 

João Meireles

Projecto João Meireles e Joaquim Horta 

Concepção João Meireles 

Interpretação Joaquim Horta 

Montagem video Rui Otero 

Selecção musical Luís Elgris 

Voz off Ana Lacerda e Joaquim Horta 

Estúdio de gravação André Pires 

Música original Canal Caveira 

Grafitti Rui Mendes 

Luz Pedro Domingos 

Direcção técnica José Rui Silva 

Fotografia Jorge Gonçalves 

Produção Catarina Saraiva 

Patrocínio Ministério da Cultura