Citemor 2003

Em Ugly quero compreender e explorar, radical e ironicamente, o medo da morte, a recusa do envelhecimento e da mortalidade assumindo como rosto dessas realidades o extremismo de algumas manipulações abusivas do corpo, que vão desde a auto-imputação de mutações artificiais de carácter quase psicótico (traduzidas na obsessão pela cirurgia estética ou pela aberração hormonal) até às disfunções alimentares e a adição física e psicológica ao exercício físico.

Em Ugly os intérpretes são invólucros herméticos de carne e osso. Objectos humanos caricaturais. Brutais e cruéis, consigo e com os outros. Seres capazes de tudo para atingir a "perfeição". Corpos-máquina imparáveis regidos por uma música universal, regeneradora mas tirana, sufocante mas libertadora. Correm em uníssono. Mas a quem querem eles agradar? Se quebrarmos as regras de beleza instituída e pervertermos o seu valor, criamos uma outra ideia de estética. No universo de Ugly, a ideia de "belo" terá o seu oposto como sinónimo, desafiando a percepção do espectador relativamente aos códigos da linguagem física e verbal utilizadas.

Carlota Lagido

UGLY será apresentado em Lisboa no CCB a 2 e 3 de Outubro, no âmbito do Festival Europeu Temps d’Images.

Concepção e direcção Carlota Lagido

Interpretação Habraham Hurtado, Sara Vaz, Rita Só

Banda sonora Rui Viana

Desenho de luz Francisco Camacho

Direcção técnica Pedro Machado

Produção Paula Pereira / Eira

> Bilhete: € 10 Bilhete com desconto: € 7

(desconto aplicável a menores de 25 anos, estudantes e profissionais das artes do espectáculo)