Citemor 1999



  © INÊS D'OREY

nuno m. cardoso

na solidão dos campos de algodão

TEATRO SÓ






Sab 14 e Dom 15 Ago | 22:30 | Sala B

estreia absoluta

Dois homens abordam-se sem se conhecer: "Diz-me o que queres e vendo-te" diz o primeiro, e o outro responde: "diz-me o que tens e eu digo-te o que quero". É o ideal sobre todas as formas. Todas as formas de "ideal" que a vida propõe, a verdade das relações entre os homens. Aqui, dois homens orgulhosos e provocadores: um "dealer" que nunca dirá o que propõe talvez porque é ele que está em falta e um cliente que exigirá sempre que o outro adivinhe o que ele quer talvez porque já não sabe como se faz para pedir. Aquilo que não podemos dizer e o que não vamos fazer. Nunca se deve presentear a sua fraqueza ao outro. Uma tentativa louca e tenaz, a descoberta de que se é pobre de desejo. Todas as feridas que podemos fazer ao desejo do outro e todo o sofrimento que se descobre e que ao mesmo tempo se recusa. De uma parte e de outra um igual amor próprio, um mal entendido doloroso, que termina de forma brutal. O excesso de desejo e a ausência dele. A angústia e mais uma vez, a solidão. Como se todas as formas de relacionamento entre dois seres humanos se conjugassem. O confronto, a ameaça, o desejo, a indiferença, o ódio, o amor.

Nuno M. Cardoso


Texto Bernard-Marie Koltès 

Encenação Nuno M. Cardoso 

Direcção António Lago 

Interpretação Nuno Cardoso e Nuno M. Cardoso 

Cenografia e figurinos Arminda Sousa Reis 

Assistente para os figurinos Sara Barbosa 

Desenho de luz Nuno Meira 

Desenho de som e video Vitor Costa 

Música Albrecht Loops 

Fotografia Inês D'Orey 

Desenho gráfico e instalação Bento DLC 

Coreografia Joana Isabel Antunes