Citemor 2008


  © ANGELICA LIDDELL

ANGÉLICA LIDDLLE

BOXEO PARA CÉLULAS E PLANETAS

EL MIEDO A LA MUERTE COMO ORIGEN 

DE LA MELANCOLIA

Sex 25, Sab 26 e Dom 27 Jul | 22:30 | Praça da República

estreia nacional

 

«Boxeo…» nasce de um convite do MUSAC de León para participar numas jornadas sobre “O acidente e outros medos contemporâneos”. Usando a técnica do ensaio-ficção, apresentamos a figura de Pascal Kahn, personagem que atravessa um acontecimento decisivo na sua vida, que desestabiliza a sua existência normal até a destruir completamente. Pascal encontra a sua nova identidade através do acidente, através do medo de morrer. E este retrair-se no “eu” não só lhe permite reflectir sobre o seu próprio medo como também sobre a natureza humana, de forma que o narcisismo procedente do temor da morte estabelece um vínculo terrivelmente sólido com o externo, isto é, com o social, finalmente com a tragédia da Humanidade. O medo de morrer, o desejo de ser eterno, afunda o protagonista numa melancolia patológica de que resulta ser impossível escapar. A melancolia deixa de ser um estado de alma transitório para se converter numa forma de vida, e, mesmo, numa forma de pensamento. O conflito de Pascal Kahn tem a ver com a contradição gerada por “ser” ao mesmo tempo “homem de carne e osso” e “homem Humanidade”. De que maneira se pode compaginar a busca individual da felicidade com a catástrofe do humano. Para meditar sobre este conflito Pascal faz uma série de colagens em que liga a ciência à guerra, as células aos planetas, os crimes contra a Humanidade à descoberta de novas espécies. Assim, revisita esteticamente o horror que define os nosso tempos conturbados. A derrota interior de Pascal encontra uma dolorosa conexão com a derrota da razão.

(NOTA: Os espectadores deverão trazer consigo radiografias, medicamentos, análises, historial cliníco …)

 

Texto e direcção Angélica Liddell 

Com Gumersindo Puche e Angélica Liddell

No video de Pascal Kahn os intérpretes são Gumersindo Puche (pai), Virtudes Esteban, e os participantes no "curso de memória" do Centro Social de Mayores Joaquín María López, de Villena, Alicante 

Produção Iaquinandi SL, MUSAC, Casa de América e Comunidad de Madrid

 

Angélica Liddell (Figueres, Espanha, 1966) desenvolve uma vasta carreira em todos os campos da arte drámatica. Com um percurso de 18 anos, escreveu 32 peças cénicas, além de poesia, ensaios e artigos.

Como autora recebeu os prémios Ciudad de Alcorcón de Teatro (1989) por "Greta quiere suicidarse", o Premio X Certamen de Relatos “Imágenes de Mujer” do Ayuntamiento de León por "Camisones para morir" (Ayuntamiento de León, 1999), o Premio de Dramaturgia Innovadora de la Casa de América por "Monólogo necesario para la extinción de Nubila Walheim y extinción" (Casa de América, 2003), o Premio SGAE de Teatro por "Mi relación con la comida" (SGAE, 2004) e o Ojo Crítico Segundo Milenio (2005) distinguindo toda a sua carreira. Tem sido a principal intérprete e encenadora de mais de 14 espectáculos de Atra Bilis, companhía que fundou em 1993 e com a qual visitou grande parte da geografia espanhola, Portugal, Brasil, Colômbia, Bolívia, Alemanha, Chile, e República Checa.

O Festival Escena Contemporánea de Madrid dedicou à sua obra um ciclo no ano de 2003.

Em 2008 foi agraciada com o Prémio Valle-Inclán por "El año de Ricardo", prémio instituído pelo jornal El Mundo.