Citemor 2008
carlos fernández
10.000 años
Sex 7 e Sab 9 Ago| 22:30 | Castelo
co-produção, residência de criação, estreia
«10.000 anos» é a história de uma demolição.
Assistimos ao último acto de um homem desfeito física e mentalmente.
O espaço que habita há anos vai ser destruído e o seu último desejo é desaparecer com ele e nele, sob os escombros.
Várias pessoas o acompanham na sua última noite, preparadas para fazer uma boa festa de despedida, com música, álcool e fogo para tudo purificar.
Chegaremos ao fim deste caminho quase como o encetámos:
Intactos de corpo e alma.
Intactos, com as feridas cicatrizadas e dispostos a morrer.
Oxalá o céu esteja limpo e possamos ver as estrelas misturadas com o fumo das recordações, o ruído dos instrumentos, o álcool no sangue e lágrimas nos olhos.
Com a história da destruição bíblica da cidade de Jericó como fundo alegórico, «10.000 anos» constroi-se como uma narração musical cujo relato gira à volta das recordações e da demolição da memória.
As vozes dos personagens sobrepõem-se ao ruído e ao medo, procurando o rasto da convivência debaixo da ameaça da destruição iminente. Num jogo apaixonado, contam e reinventam as suas vidas, como se se tratasse de um antídoto contra a destruição e a morte.
Texto e encenação Carlos Fernández López
Intérpretes Emilio Tomé, Enrique Castro, Miguel Ángel Altet, Sara Martín, Elena Alonso
Espaço sonoro Nilo Gallego
Guitarras Ikerne Giménez
Assistente de direcção Elena Alonso
Assistente de produção Marisa Amor
Co-produção Aula de Teatro da Universidade de Alcalá de Henares e Citemor - Festival de Montemor-o-Velho
Apoio Instituto Cervantes e Comunidad de Madrid
Carlos Fernández López escreve, dirige e em algumas ocasiões interpreta as suas próprias obras. Iniciou o seu percurso nas Astúrias (Espanha) em 1986 e três anos depois fixa-se em Madrid onde reside e trabalha actualmente.
O seu trabalho creativo desenvolve-se em torno da palavra, do espaço cénico e do movimento, procurando novas formas de comunicação, poéticas, eficazes e imediatas. O seu discurso narrativo joga com a esperança e o desencanto, a realidade e a ficção, o público e o privado. Trabalha normalmente em espaços não codificados e abertos, dando grande importância à organicidade e imediatez comunicativa dos intérpretes.
Escreveu e dirigiu as seguintes obras: "Ángeles resisten al atardecer" (El Canto de la Cabra, Madrid, 2008), "Love Songs" (La Noche de los Teatros, Madrid, 2007), "Todo es distinto de cómo tú piensas" (Premio Casa de América-Festival Escena Contemporánea de dramaturgia inovadora 2005), "Plastic Sun" (Casa de América, 2004), "Accidente esperando a ocurrir" (Festival Escena Contemporánea, Madrid, 2003), "Llamad a cualquier puerta" (2002) e "Confesiones obscenas" (2001). Colaborou como dramaturgo na realização de espectáculos de dança das companhias Hojarasca (Valadolid) e Cel Ras (Valência). Como intérprete de teatro e dança trabalhou com Carlos Marquerie, Elena Córdoba, Antonio Fernández Lera, Olga Mesa e Etelvino Vázquez, entre outros. Em Setembro de 2005 foi convidado pela rede IRIS como artista residente para o Festival Internacional de Teatro da Bienal de Veneza. Dirige desde 1995 o Curso de Teatro de San Martín de la Vega.