estreia
A PRIMEIRA vértebra da coluna, a que sustenta a cabeça, chama-se Atlas, o mesmo nome do gigante castigado por Júpiter que o obrigou a segurar o céu para que este não desabasse sobre a terra.
Atlas nasce do paralelo entre o titã obrigado a segurar o céu e essa vértebra (diferente das restantes) que está dentro da cabeça e que a suporta. A função dos dois Atlas (o gigante e a vértebra) é manter a divisão entre o céu e a terra, entre a carne e o pensamento, e esse trabalho, princípio da ordem, é uma tarefa esgotante que não tem fim.
Disfarçada de Atlas aos meus 50 anos, tenho vindo a construir uma ficção onde imagino que posso segurar tudo, onde esse tudo me esmaga. Uma ficção que me aproxima ao momento em que o esforço do meu corpo é maior do que as suas forças, e ao momento em que as forças desaparecem.Atlas, como muitas das ficções que tenho vindo a construir através do corpo, permite-me dançar com aquilo que temo.
Ao meu pai Joaquin Córdoba, um colosso.
ELENA CÓRDOBA
Atlas Elena Córdoba
Colaborador Carlos Marquerie.
Agradeço a Rodrigo Garcia pelos Atlas que me foi enviando e que se foram filtrando na obra.
Elena Córdoba é artista residente no Teatro Pradillo, Madrid
http://anatomia-poetica.blogspot.com.es/
> O espectador define o preço do bilhete
(bilhete único para "Atlas" e "14 Visiones" de Fernando Renjifo)