Citemor 2019

27 Sábado 22:30 - Teatro Esther de Carvalho, Montemor-o-Velho

PAULA DIOGO

Terra Nullius

residência de criação, apresentação informal

© Paula Diogo

Terra Nullius foi um termo criado pela lei internacional para definir territórios que não pertenciam a ninguém e por isso podiam ser ocupados e declarados como território “novo”. Etimologicamente significa terra de ninguém, terra sem dono, terra que não pode ser reclamada, ponto zero. Ainda hoje existem territórios Terra Nullius como: Bir Tawill (uma faixa de terra entre o Egipto e o Sudão), a Antártida, o mar internacional, e a Lua e os corpos celestes. No livro Terra Nullius: A Journey Through No One's Land, o escritor Sven Linquivist explica como este termo foi usado para justificar aquilo que só recentemente começou a ser chamado de genocídio. Terra Nullius encerra também um significado poético. Uma ideia de território inexplorado e não reclamado, uma espécie de oásis de liberdade onde seria possível recomeçar e repensar a nossa ideia de sociedade. Interessa-nos com este projecto atravessar linhas de pensamento que proponham uma visão crítica da nossa sociedade contemporânea, reflectindo sobre a sua génese e a sua falência permanente. Relocalizar questões de autonomia e demarcação de uma identidade cultural ou pessoal. Se nos fosse permitido voltar ao ponto zero conseguiríamos fazer tudo diferente? Ou tudo irremediavelmente igual? O espectáculo TERRA NULLIUS é simultaneamente uma viagem interior e exterior, uma reflexão sobre o que nos prende aos lugares. Este trabalho começou a ser desenvolvido no biénio 2018-2019 durante a frequência do MFA em Performing Arts da Iceland Academy of Arts (LHÍ).

PAULA DIOGO


Um projecto de Paula Diogo

em colaboração com Alex Cassal, Agapi Dimitriadou, Daniel Worm, Estelle Franco, Renato Linhares, Sérgio Henriques, entre outros.


A classificar pela CCE / 60' aprox