26 Sexta 21h30 \\ Teatro da Cerca de São Bernardo - Coimbra
RAFAEL ALVAREZ
MONO-NO-AWARE - A beleza invisível das coisas efémeras
residência de criação, coprodução
© ELISABETH VIEIRA ALVAREZ
“MONO-NO-AWARE”, (物の哀れ), o novo espetáculo do coreógrafo Rafael Alvarez, convida a uma viagem poética e meditativa, através de uma paisagem minimalista e enigmática, interpelada pelo conceito japonês do mono-no-aware. Um mergulho numa metáfora de mundos flutuantes (ukiyo) e coisas belas e frágeis, para reflectir sobre a extravagância das coisas simples num mundo complicado. Um colete de salvação, para respirar à tona de água, a vida de todos os dias, no meio do fumo de todos os dias. Em palco, Mariana Tengner Barros, Noeli Kikuchi e Rafael Alvarez, oferecem os seus corpos, a uma coreografia visual sobre a sensibilidade das coisas simples e belas, que nos emocionam na impermanência do mundo. Corpos nostálgicos que sonham acordados e se desequilibram entre filtros e realidades temporais (o passado, o presente e uma ideia de futuro), seduzidos pela beleza triste daquilo que nos interpela a perguntar a nós mesmos:
O que acontece a seguir?
Para onde vão as imagens belas que nos deixam saudade?
Onde guardamos o tempo de ontem?
Se um corpo não se dissolvesse, não desaparecesse como nevoeiro, as coisas perderiam o poder de nos comover?
Respiramos de dentro para fora ou de fora para dentro?
As imagens morrem em palco e são levadas para fora dele?
MONO-NO-AWARE, o "pathos das coisas”, termo japonês dificilmente traduzível por ‘uma empatia e uma sensibilidade especial para com as coisas efémeras’, está relacionado com a consciência e a celebração da inevitável transitoriedade das coisas, assim como uma leve tristeza ou melancolia inerente ao estado de mudança, transformação e efemeridade presente na realidade, manifestando-se também como uma expressão emocional em relação à natureza, uma forma de antecipação nostálgica da impermanência do tempo presente e do derradeiro paradoxo da vida (morte vivida), que é a sua finitude. A natureza é esse permanente estado de perda, de transformação, de efemeridade e da promessa do que está para vir. Paradoxalmente, somos atravessados por uma velocidade e uma urgência que dita e molda dicotomicamente a(s) nossa(s) realidade(s) contemporânea(s) e a nossa geografia humana e ambiental. E ainda assim as coisas seguem a sua ordem natural. As pedras seguem tranquilamente no mesmo lugar, as árvores enraízam-se e as nuvens dissipam-se. Convocamos um tempo fora do tempo, para respirar, para escutar e para viver (um dia de cada vez), na imensa incerteza do que acontece a seguir, hipnotizados pela beleza invisível das coisas efémeras.
Após a sua estreia em Almada, o espetáculo prossegue com apresentações em diferentes versões, ao longo de 2024 e 2025, com o Citemor em Coimbra, Ponte de Lima, Faro, Ponta Delgada, Lisboa e Vientiane no Laos.
Direção Artística, Coreografia, Cenário e Figurinos Rafael Alvarez
Cocriação e Interpretação Mariana Tengner Barros, Noeli Kikuchi e Rafael Alvarez
Desenho de Luz e Direção Técnica Nuno Patinho
Registo Vídeo Vitor Hugo Costa / Metafilmes
Fotografia Elisabeth Vieira Alvarez
Design Gráfico Paulo Guerreiro
Assessoria de Imprensa Mafalda Simões
Gestão Financeira Sara Lamares
Produção e Difusão Rafael Alvarez | BODYBUILDERS
Co-produção Transborda/Núcleo de Artes Performativas de Almada e Casa da Dança (Almada), Citemor - Festival de Montemor-o-Velho, Teatro das Figuras / Município de Faro (Faro), Teatro Diogo Bernardes / Município de Ponte de Lima (Ponte de Lima), Carpintarias de São Lázaro (Lisboa), Estúdio 13 (Ponta Delgada), FMK/Fang Mae Kong - International Dance Festival (Vientiane, Laos)
Apoios em Residência Opart - Estúdios Victor Córdon, Casa da Dança - Almada, Citemor - Festival de Montemor-o-Velho, Palácio Pancas Palha / Companhia Olga Roriz
Media Partner Antena 2
Apoio à Criação Fundação GDA e República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes
Apoio à Internacionalização República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes
M/6; 70m